A 2 de novembro de 2016, a extensão do gelo marítimo do Ártico estava num valor mínimo recorde para a época do ano, ou seja, apenas 7,151 milhões km².
A atualmente muito baixa extensão de gelo marítimo está a arrastar ainda mais para baixo a média anual da extensão de gelo marítimo, que também está num valor mínimo recorde, como ilustrado pela imagem abaixo, do blog de Torstein Viðdalr.
Não só está a extensão do gelo marítimo do Ártico muito baixa, o gelo marítimo está também cada vez mais fino, como ilustra a imagem abaixo, por Wipneus, que mostra o recente e dramático declínio da espessura do gelo marítimo do Ártico.
Como a animação de 30 dias do Naval Research Lab abaixo mostra, o gelo marítimo do Ártico não está a ganhar grande espessura, apesar da mudança de estações.
Nos dois vídeos em baixo, Paul Beckwith explica melhor a situação.
A recuperação do gelo marítimo está fod… este ano, verdadeiramente horrível de facto. À medida que o gelo se estende, definido como as regiões com pelo menos 15% de gelo, e tenta expandir pelo congelamento da água do mar, é derretido por temperaturas da superfície do mar extremamente elevadas. Então, a água arrefecida da superfície mistura-se pela ação das ondas com água mais quente tão profundo quanto 200 metros, e as misturas quentes na superfície continuam o processo de derretimento do gelo do mar. Sem uma recuperação forte do gelo, vamos atingir o estado para o qual nos dirigimos. Nomeadamente, zero gelo marítimo. Temos que quebrar este ciclo vicioso, ao declararmos uma emergência climática, e ao implementar o conjunto de soluções do banco-de-três-pés.
[Esta segunda parte encontra-se em tradução e em breve será adicionada à publicação Gelo do Mar no Ártico em Recuperação Difícil Sem Precedentes]
À medida que o aquecimento global aumenta a temperatura da superfície do mar e a da atmosfera sobre a superfície do mar, desenvolvem-se ventos cada vez mais fortes, resultando por sua vez em ondas mais fortes e maiores quantidades de água nas nuvens.
A imagem abaixo mostra a previsão para 9 de Novembro de 2016 de ondas tão altas quanto 13.76 metros (círculo verde no painel esquerdo) e quantidades totais de água de 1.38 kg/m² (círculo verde, painel direito, perto de Novaya Zemlya).
Ondas grandes tornam difícil para o gelo marítimo de formar, enquanto a evaporação do oceano adiciona mais vapor de água para a atmosfera. Uma vez que o vapor de água é um gás de efeito estufa potente, isto acelera ainda mais o aquecimento do Ártico.
O péssimo estado do gelo marítimo indica que a água do Oceano Ártico está a ficar cada vez mais quente.
A 31 de outubro de 2016, o Oceano Ártico estava tão quente como 17°C ou 62,7°F (círculo verde perto de Svalbard), ou 13,9°C ou 25°F mais quente do que 1981-2011. Isto indica o quão mais quente a água está abaixo da superfície, chegando assim ao Oceano Ártico a partir do Oceano Atlântico.
Em baixo está uma atualização da situação quanto ao metano. Contida nos dados existentes temos uma linha de tendência a indicar que os níveis de metano poderiam aumentar um terço até 2030 e quase duplicar até 2040.
Porque é que o metano é tão importante? Numa escala de 10 anos, o metano causa mais aquecimento do que o dióxido de carbono. Em comparação com o CO2, o metano o Potencial de Aquecimento Global do metano aumenta quanto mais for libertado. O tempo de vida do metano pode ser estendida a décadas, em particular devido à depleção do hidróxido na atmosfera.
Nefasto é o que mostra a imagem em baixo, a 9 de Novembro de 2016, os níveis de metano estavam tão elevados sobre o mar de Laptev (cor magenta sólido a norte da Sibéria).
A imagem abaixo mostra que os níveis de metano a a 9 de Novembro de 2016 esavam tão altos quanto 2633 partes por bilião (a uma altitude ligeiramente mais elevada correspondendo à pressão de 469 mb).
As temperaturas sobre o Oceano Ártico estão previstas permanecerem elevadas, refletindo as temperaturas muito elevadas da água.
O perigo é que, à medida que o aquecimento global continuar e a neve do Ártico e a cobertura de gelo continuarem a encolher, o aquecimento do Oceano Ártico irá acelerar e destabilizar os hidratos de metano contidos nos sedimentos do seu leito marítimo, provocando enormes erupções de metano que irão acelerar ainda mais o aquecimento. Isto poderia contribuir para um aumento da temperatura global de até 10°C ou 18°F durante a próxima década.
A situação é terrível e apela a uma ação abrangente e eficaz, conforme descrito no Plano Climático
Traduzido do original Less sea ice, warmer Arctic Ocean de Sam Carana, publicado no blogue Arctic News, a 4 de Novembro de 2016, atualizado a 11 de Novembro..
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